É só entrar em uma fila ou pegar um ônibus lotado para perceber que os celulares se tornaram a principal fonte de entretenimento dos brasileiros nos últimos anos. Em um país cada vez mais conectado e com um acesso móvel de qualidade, alguns passatempos antigos foram perdendo força e dando lugar a formas mais modernas de entretenimento.

Com isso, surge a dúvida: o que é melhor? A nossa ideia, neste artigo, é justamente investigar um pouco mais como os rituais digitais tomaram conta do entretenimento no Brasil e compartilhar algumas dicas de como equilibrar o uso de ferramentas digitais. Vamos nessa?

Um país cada vez mais online

A Internet já chegou a mais de 90% das casas do Brasil, segundo levantamentos recentes, e é natural que as formas de entretenimento também acabem sendo cada vez mais virtuais. 

Algumas estatísticas mais recentes mostram que os brasileiros passam mais de 9 horas por dia no online, sendo mais de 3 horas somente nas principais redes sociais. No recorte por uso individual, o IBGE mostra que mais de 80% das pessoas com mais de 10 anos usavam a internet em 2024, onde 98,9% acessam pelo celular. Este detalhe explica por que os rituais digitais são tão focados em celulares.

Esses números ficam muito acima da média global e mostram um desejo explícito dos brasileiros por uma relação mais equilibrada entre tecnologia e passatempos tradicionais.

Passatempos antigos vs. rituais digitais: conflito ou parceria?

Na prática, não precisa de escolher, você pode sempre misturar o melhor dos dois mundos e buscar uma forma híbrida de entretenimento. Hoje em dia, já existem tecnologias que reproduzem com precisão passatempos offline, como, por exemplo, leitores digitais como o Kindle, que permitem ler livros em movimento e buscar imitar o simples prazer de ler um livro físico, mas evitar o excesso de tempo de tela.

Essa noção é ainda mais importante quando lembramos que mais de 95% dos brasileiros relatam o uso diário de internet, abrangendo todas as gerações — inclusive aquelas que carregam passatempos analógicos de longa data.

Inclusão digital e comunidades

Hoje, mais de 80% da população com mais de 60 anos também está conectada diariamente, mostrando que os passatempos “digitalizados” não é uma exclusividade dos mais jovens.

Estudos do CGI.br  indicam que o crescimento recente veio de classes C, D e E, ainda com desafios de qualidade de acesso. Essa democratização amplia o alcance dos rituais digitais (aula, receita, treino, artesanato), mas também exige educação midiática: ensinar a dosar, filtrar e levar para a rua o que nasceu nos aplicativos.

Cassinos online no mix de lazer

No Brasil, o setor de apostas esportivas e jogos de cassino passou por uma regulamentação, que entrou em vigor no começo deste ano, e estabeleceu diretrizes claras para a operação e fiscalização desse tipo de entretenimento.

Desde os jogos caça-níqueis online até às apostas ao vivo, os brasileiros gastam bilhões de reais todos os meses com apostas, consolidando ainda mais esse formato como um entretenimento digital em plena expansão no país.

Entretanto, é importante lembrar que esse tipo de atividade deve ser encarado como um hobby. Embora envolva o potencial de ganhos financeiros, o jogo deve ser tratado como uma fonte de diversão e relaxamento, e não como uma fonte de renda.

Para existir um equilíbrio com passatempos mais clássicos, vale lembrar da regra das 3 travas: tempo (alarme de sessão), orçamento (valor máximo por semana) e emoção (jogue só em estado neutro; nunca para “recuperar perdas”). Lembre-se sempre que o objetivo é a diversão!

Estratégias para achar o equilíbrio

Com o mundo cada vez mais digital, é importante ter em mente algumas estratégias para não passar tempo demais conectado. Um exemplo simples, mas eficaz, é trocar algumas formas de entretenimento. Por exemplo, você pode substituir o café da manhã acompanhado do feed em uma rede social por um podcast ou uma newsletter que te atualiza sobre as notícias do mundo. Embora a escolha ainda seja digital, ela acaba sendo um pouco mais informativa do que apenas matar tempo online.

Também é importante definir momentos do dia longe das telas, como, por exemplo, 30 minutos após acordar, durante o preparo de refeições com a família e na última hora antes de dormir. Outra dica importante é reservar tempo de qualidade com pessoas queridas, participando em atividades fora do ambiente digital.

É importante reconhecer que o mundo digital é a nossa realidade atual e não há motivo para se afastar completamente, mas sim buscar um equilíbrio entre a imensidão de novidades que o mundo digital oferece e atividades relaxantes, que ajudam a aliviar o estresse do dia a dia.

Considerações finais

No fim das contas, o nosso ritmo de vida moderno não precisa de ser dividido ao meio entre o digital e o analógico. O importante é entender como os seus valores e prioridades definem o seu tempo de descanso.

No Brasil, a conectividade é uma realidade quase universal, com um tempo online altíssimo, e encontrar o equilíbrio entre o tempo que você gasta online e offline é uma etapa essencial para manter tudo sob controle. Lembre-se sempre de aproveitar as formas digitais de entretenimento com responsabilidade, criar regras semanais e limites de tempo, aproveite o melhor dos hobbies desses dois mundos.