Planejar o futuro financeiro é um passo essencial para quem busca mais tranquilidade e autonomia ao longo da vida. Entre as alternativas de renda passiva disponíveis no mercado, o Tesouro Renda+ tem ganhado destaque por oferecer pagamentos mensais estáveis e garantidos pelo governo federal. Essa é uma opção especialmente atrativa para quem deseja se preparar para a aposentadoria ou construir uma renda complementar previsível.
Lançado como parte do Tesouro Direto, o Tesouro Renda+ permite ao investidor definir com antecedência a data de início dos pagamentos mensais e receber valores fixos corrigidos pela inflação durante 20 anos. Por isso, muitos brasileiros têm buscado entender o quanto é preciso investir hoje para alcançar, por exemplo, uma renda de R$ 10.000 por mês no futuro. De forma geral, essa resposta depende de três variáveis principais: o valor investido, o prazo até o início dos resgates e a rentabilidade do título.
Antes de avançar nos cálculos, vale reforçar: este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
Como funciona o Tesouro Renda+?
O Tesouro Renda+ é um título de renda fixa pós-fixado com correção pela inflação (IPCA), criado para oferecer ao investidor uma espécie de “salário público” por duas décadas. Diferentemente de outros papéis do Tesouro Direto, que podem pagar juros semestrais ou no vencimento, o Renda+ foi desenhado especificamente para gerar pagamentos mensais a partir de uma data escolhida, que pode variar entre 2030 e 2065.
O funcionamento é simples: você compra os títulos com antecedência e, a partir do vencimento, começa a receber mensalmente um valor corrigido pela inflação. O retorno real é fixado no momento da aplicação, e o valor dos pagamentos é proporcional à quantidade de títulos adquiridos. Nesse sentido, o Tesouro Renda+ tem sido buscado por quem deseja previsibilidade e proteção contra a perda do poder de compra ao longo do tempo.
Quanto é preciso investir para receber R$ 10.000 por mês?
A resposta depende da taxa real de juros embutida no título (acima da inflação) e do tempo disponível até o vencimento. Suponhamos, por exemplo, que um investidor deseje começar a receber R$ 10.000 por mês a partir de 2045, durante 20 anos. Se a taxa real (acima da inflação) oferecida pelo Tesouro Renda+ for de 5% ao ano, o valor presente necessário para obter essa renda gira em torno de R$ 1,2 milhão a R$ 1,3 milhão, considerando a estrutura do título e os pagamentos mensais corrigidos.
Esse cálculo leva em conta a fórmula de valor presente de uma anuidade, já considerando a correção inflacionária futura. Para aqueles que desejam começar a receber os pagamentos mais cedo, como em 2035, o montante necessário aumenta, pois haverá menos tempo para acumular e capitalizar os juros. Por outro lado, quem tem mais tempo até o vencimento pode investir valores menores de forma recorrente e ainda assim alcançar a mesma meta, graças ao efeito dos juros compostos.
Inflação, prazo e tributação: como afetam a rentabilidade?
A inflação é um fator-chave na dinâmica do Tesouro Renda+, já que o rendimento é corrigido pelo IPCA. Isso significa que, independentemente do cenário econômico, o poder de compra da renda mensal é preservado. No entanto, a taxa real contratada no momento da aplicação pode variar ao longo do tempo, o que influencia diretamente o valor necessário para atingir a meta de renda.
Outro ponto importante é a tributação. O Tesouro Renda+ segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, com alíquotas que variam de 22,5% a 15% sobre os rendimentos, conforme o prazo da aplicação. Isso afeta o rendimento líquido e deve ser considerado ao planejar o valor final da renda desejada. Também há incidência de IOF em aplicações com menos de 30 dias, embora esse imposto não afete quem mantiver o título até o vencimento.
Estratégias para atingir a meta de forma eficiente
Alcançar uma renda passiva de R$ 10.000 por mês com o Tesouro Renda+ é possível mesmo para quem ainda não tem o valor total necessário disponível. A estratégia mais eficaz é começar quanto antes e adotar aportes regulares mensais, trimestrais ou anuais com foco no longo prazo. Com o passar do tempo, o efeito dos juros compostos atua a favor do investidor, o que reduz o esforço financeiro necessário.
Outro caminho é aproveitar as diferentes datas de vencimento disponíveis no Tesouro Renda+ para montar uma escada de vencimentos, assegurando um fluxo de renda ao longo de um período mais amplo. Essa diversificação ajuda a suavizar oscilações na taxa de juros e a adaptar os investimentos ao seu planejamento de vida.